segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Curupira

Curupira
Na Enciclopédia Delta Larousse, curu é traduzido como sarna, e pír como pele; contudo uma tradução mais adequada apresenta curu como sendo a abreviatura de curumi, e pira significando corpo, assim temos que Curupira pode ser entendido como "aquele que tem corpo de menino", por motivos óbvios, como veremos.

Na teogonia indígena o Curupira apresenta-se como um moleque de aproximadamente sete anos, com o corpo coberto de longos pêlos e tendo os pés virados para trás. As primeiras informações foram registradas pelos portugueses, nos primeiros séculos do descobrimento, e desde aquela época é vlsto como um ente maléfico, um demônio ou um mau espírito; evidentemente que foi pintado com as tintas da paleta dos missionários, as mesmas que coloriram o Jurupari.


As informações também são as mais diversas: Ora é um duende benfazejo, ora um demônio mau; ora um gnomo ou um ogro. O ponto em que todos são unânimes é quanto sua condição de deus autóctone das selvas, um protetor.

Como protetor das florestas, castiga impiedosamente aquele que caça por prazer, que mata as fêmeas prenhes e os filhotes indefesos, mas ampara o caçador que tem na caça seu único recurso alimentar, ou que abate um animal por verdadeira necessidade.

As descrições físicas são díspares e confusas: numa o Curupira aparece de "acanga piroka" - cabeça careca -, noutra é coxo e unípede. A figura mais comum é a de um ser antropomórfico, de pequena estatura - criança ou anão - muito peludo e com os calcanhares voltados para a frente.


Como percebemos, o Curupira incorporou outros atributos e ampliou seus poderes e sua área de ação, mas permanece o caráter benfazejo e protetor. Apesar disso a versão tradicional informa que um encontro com esse duende é sempre desagradável e marcante. Um dos artifícios que os caboclos utilizam quando percebem que são vítimas do Curupíra, é fazer pequenas cruzes de madeira, fortemente amarradas com cipó timbuí, e esconder a ponta do nó. Dizem que o Curupira fica tentando desfazer o nó e se esquece do caçador, que pode então escapulir, safar-se.

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